HOMENAGEM SEMANA DA PÁTRIA
Sete de setembro é o dia em que
comemoramos a Independência do Brasil. Mas o que representa realmente esta
independência para o povo brasileiro? Será que Dom Pedro I simplesmente decidiu
que queria descer de seu cavalo e gritar às margens do rio Ipiranga qualquer
frase marcante para ficar na História? [Pedro entra, e grita “Independência ou morte”]
Com certeza, foi muito mais do
que isso. O ato de Dom Pedro demonstrou que o povo que aqui habitava sentia a
necessidade de assumir a identidade de uma nação que tem suas próprias
culturas, costumes, valores, e que não precisava mais do controle ou da
influência portuguesa, porque já estava formando uma personalidade unicamente
brasileira, com características próprias e interesses voltados para o próprio
território do Brasil.
E nesse sentido, considerando a
história da colonização do nosso país, marcada pela mistura de etnias e de
culturas, podemos hoje afirmar que a identidade do povo brasileiro se revela,
entre outros aspectos não menos importantes, na grande diversidade presente em
nosso meio. O Brasil é o país das diferenças. Ou será que, por acaso, todos os
seus amigos são cristãos? Ou são eles todos brancos, descendentes de europeus?
São todos heterossexuais? Todos os seus amigos têm as mesmas habilidades
intelectuais e esportivas? São todos magros? Iguais? Não estamos negando a
presença dessas diferenças em outros países, mas sabemos que o Brasil, em
especial, por sua História, aprendeu com o passar dos séculos a aceitar as
diferenças de alma mais aberta. E hoje somos até vistos pelos estrangeiros como
um povo acolhedor e cativante, justamente por essa nossa característica
peculiar. Por isso, devemos ter orgulho de fazer parte de uma nação
miscigenada: terra de índios, de brancos, negros, asiáticos, mulatos. [...] Terra
de cristãos, judeus, islâmicos, budistas, candomblé, espíritas. Terra de magros
e gordos, de homens e mulheres, enfim, uma terra de todos, no sentido de que
somos povo que está continuamente aprendendo a conviver com as diferenças. Por isso, devemos contribuir para a constante
manutenção desta tolerância coletiva e zelar para que essa pacificidade se
mantenha inabalada, apesar de tudo que tentar derrubá-la.
Claro que, infelizmente, nem
todas as características que abrangem a identidade brasileira são positivas. Muitas
vezes deixamos de pensar no que é bom para todos e agimos pensando apenas em
nós mesmos. É o famoso jeitinho brasileiro, que nos leva a buscar apenas nosso
próprio benefício. Essa é uma prática que precisa ser analisada por cada
indivíduo brasileiro, a fim de que essa mentalidade seja alterada. Porque
sempre devemos prezar por atitudes humanitárias, que considerem o bem da
humanidade como um todo, e não apenas o bem de uma pessoa. Até porque, com que
moral nós poderemos criticar os políticos, os escândalos de corrupção, se nós
mesmos, em nosso cotidiano, não respeitamos os limites de velocidade, sonegamos
impostos e furamos fila, além dos inúmeros outros atos que sabemos serem
incorretos? Por que colamos nas provas se, além de estarmos sendo injustos com
nossos colegas, estamos prejudicando a nós mesmos? Por que furamos a fila da
merenda para repetir a refeição, sabendo que ainda há gente na fila que não
comeu?[...
Pedro volta gritando “Pão com frango”...] E não adianta enganar a nós
mesmos dizendo que a corrupção pegajosa em que o Brasil está se atolando é
diferente dessas pequenas atitudes, porque a essência de tais atos está em
querer tirar vantagem para si mesmo à custa dos nossos semelhantes. Isso é imoral,
e a imoralidade não deveria fazer parte da identidade brasileira. Está na hora
de nós, o povo brasileiro, parar de fingir que não percebe certas coisas ou que
é inocente, e começar a agir de forma ética, assumindo a responsabilidade por
seus atos e pensando no bem estar do próximo antes de agir com intenções
duvidosas. E com essa mesma ideia, precisamos nos ajudar a identificar esses
atos antiéticos, para que tais hábitos não passem em branco e não sejam aceitos
como normais. Assim, poderemos nos unir alcançar nossos objetivos de viver em
um país melhor.
Portanto, é com essa reflexão que
agora convidamos todos a se darem as mãos. Sem bagunça, e sem desfazer as filas em que
estamos inseridos. E sem receio ou vergonha. Cada um dê as mãos para as pessoas
ao seu lado.
Pedimos que todos abram suas
mentes a novas possibilidades, e reflitam sobre com tem sido o desempenho de
cada pessoa como cidadão brasileiro.
Vamos agora olhar para os que
estão ao nosso redor com novos olhos.
Por favor, todos olhem para seus
colegas, sejam eles seus amigos, inimigos, colegas ou desconhecidos, e cada um
procure ver a si mesmo no rosto do outro. Veja no outro um brasileiro como
você, com suas próprias realizações, alegrias, problemas e sofrimentos. E que
todos nós, ao enxergarmo-nos no rosto do próximo, enfim percebamos que somos
iguais em nossas diferenças. E que ninguém é perfeito, mas sempre devemos nos
preocupar em sermos melhores a cada dia e ajudarmos uns aos outro nesse
sentido.
A nossa sala, 302, é um exemplo
de equipe que está aprendendo aos poucos a aceitar e respeitar as diferenças.
No começo do ano, as distintas opiniões, formas de pensar, e comportamentos
foram causa de intensos conflitos e discussões dentro de sala. Agora, estamos
começando a compreender que não há necessidade de causar intrigas por certas
coisas e que podemos, sim, conviver de forma harmoniosa, mesmo com aquelas
pessoas que às vezes nos irritam.
É óbvio que não precisamos engolir
tudo que nos é falado, mas é necessário que saibamos desenvolver um senso
crítico e humanitário, para que possamos discutir nossas ideias no sentido mais
nobre da palavra, de forma saudável e positiva. Assim é que estamos aprendendo
a ser cidadãos dignos e conscientes, que sabem expor propostas plausíveis para
a formação de um país melhor, e que votam com inteligência em representantes
que realmente se preocupam com o povo.
Que nessa semana especial em que relembramos a Independência da nossa
Pátria, todos nós reflitamos sobre o nosso papel dentro da sociedade
brasileira. Que comecemos a analisar nossas próprias atitudes como cidadãos,
como colegas de aula, como professores, como vizinhos, como desconhecidos, como
irmãos, como pais e como filhos. E que todo o povo brasileiro saiba abraçar as
diferenças e se una em prol da construção de um país melhor para se viver,
tendo orgulho de cantar [ ...Todos leem juntos...] “Verás que um filho teu
não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada. Entre
outras mil, És tu, Brasil, Ó pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!”.
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